domingo, 12 de dezembro de 2010

Parc La Villette

Chegamos à estação de metrô Porte de La Villette que dá entrada ao Parc de La Villette projetado por Bernard Tschumi em parceria com Jacques Derrida na década de 1980. Este antigo abatedouro de 25 hectares se transformou no segundo maior parque de Paris. O projeto de B. Tshumi é composto de um grande edifício que abriga o LaCité des sciences et de l'industrie onde se difunde a cultura científica e técnica para crianças e adolescentes, e outro edifício onde funciona a La Cité de la Musique, projeto do arquiteto Christian de Portzamparc, e ainda o “Folies”. O projeto do parque contou com a parceria do filósofo, que definiu os conceitos da desconstrução da linguagem, Jaques Derrida. O conceito do projeto foi definido assim nas palavras de B. Tschumi: “ Da Forma como foram concebidos , estes projetos não tem começo nem fim. São antes de operações, compostas por repetições distorções, sobre-imposições etc. Apesar de possuírem uma lógica interna própria – seu pluralismo não é destituído de Objetivos -, é impossível descrever tais operações unicamente com relação a transformações internas ou seqüenciais. A idéia de ordem é permanentemente questionada, desfiada e levada ao extremo”. O Parc La Villete é composto de um intrincado sistema autônomo baseado nas leis da geometria, composto por pontos, linhas e superfícies, em um sistema que se assemelha a um tabuleiro de xadrez sobreposto por três tramas. Os Folies são estruturas arquitetônicas provenientes da desconstrução de um cubo de tamanho 10x10x10 que resultam em fragmentos de um cubo na cor vermelha. Incrivelmente, ao mesmo tempo em que o processo de desconstrução e fragmentação do cubo se repete por todo o parque,o arquiteto consegue criar objetos arquitetônicos com extrema originalidade e individualidade. Somente alguns dos Folies aparentam ter um uso, outros são apenas elementos que transitam entre a arquitetura e a escultura assim como a obra de Antonin Artaud trabalha na fronteira entre a filosofia e a não filosofia. As linhas são os elementos que definem os percursos do parque, representadas pelas coberturas onduladas pelos corredores lineares e curvos que se sobrepõem definindo também os caminhos. A cobertura ondulada que percorre todo o parque mostra o caminho a ser seguido até a passarela que transpassa o canal L´ Ourcq que corta o parque dividindo-o em dois pedaços. Neste trajeto guiado pela cobertura ondulada ficam vários Folies culturais e playgrounds com brinquedos inusitados e com propostas científicas e interativas. Seguindo até o fim da cobertura encontra-se a La Cité de la Musique do arquiteto Christian de Portzamparc um prédio em concreto com rasgos na fachada e com elementos estéticos dos Folies na entrada. Os edifícios com diversos usos culturais e os planos dos jardins formam o terceiro elemento deste projeto que são as superfícies. A partir da a La Cité de la musique um eixo de árvores guia até a superfície de um grande jardim, onde além dos Folies exibem esculturas e pequenos espaços para prática de exercício. Os eixos de árvores se encontram mais a frente criando pontos de tensão formal e nos guia de volta ao canal L´ Ourcq onde outra passarela nos trás de volta a outra metade do parque, onde podemos vislumbrar o edifício da LaCité des sciences et de l'industrie e a geodésica em forma de esfera brilhante: La Géode. Além desta incrível bola da aço ainda podemos ver um pedaço de um submarino que compõe um dos prédios anexos. Por fim os caminhos nos levam de volta a cobertura ondulada, que nos leva de volta para a estação Porte de La Villette e que nos trás de volta a conhecida cidade da luz. Um passeio imperdível que em nada lembra Paris, mas que certamente fica em nossas lembranças.
Referências:
  • BENEVOLO, Leonardo. A arquitetura no novo milênio. São Paulo: Estação Liberdade, 2007.
  • NESBITT, Kate (org). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica (1965-1995). São Paulo: Cosac Naify, 2006.
  • MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno. Arquitetura da segunda metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. 
 










sábado, 11 de dezembro de 2010

Street Art

A Street Art ou a Arte Urbana encontra a sua força em manifestações artísticas de ordem política e estética. Grafitti, pintura, impressão e até mesmo a publicidade reúnem um corpo consistente de intervenções que se relacionam especificamente aos edifícios e empenas, gerando curiosidade, emoção e acima de tudo comunicação não verbal.
Artistas renomados como o enigmático britânico Banksy, os brasileiros Os Gêmeos, e o grego Alexandros Vasmoulakis são alguns expoentes que beberam na fonte da Street Art para ganhar o mundo e intervir na paisagem construída.



Aempena cega de concreto ganha vida através da arte de Alexandros Vasmoulakis. Disponível em: http://www.vasmou.com/Images/Buildings/1_4.jpg  e http://www.vasmou.com/Images/Buildings/1_6.jpg . Acesso em dez. 2010.
  
Intervenção em edifício de Lisboa, Portugal. Os Gêmeos.
Disponível em: <http://alemdocubobranco.files.wordpress.com/2010/05/os-gemeos-blu-lisbon1.jpg>. Acesso em dez. 2010.
Detalhe. Os Gêmeos - Lisboa.
Fonte: Disponível em: http://www.yellowplug.es/magazine/wp-content/gallery/edificio-lisboa-os-gemeos/os-gemeos-lisboa-ventana.jpg. Acesso em dez. 2010.

Banksy. Grafitti, ironia e conteúdo político.
Disponível em: <http://www.banksy.co.uk/>. Acesso em dez. 2010.

Intervenção de Banksy no novo Muro da Vergonha. Crítica explicita à segregação entre judeus e árabes, ou seja, entre Israel e o território palestino, considerado como o maior presídio a céu aberto do mundo, repudiado até mesmo pela ONU. As obras do Muro, com até 8 metros de altura e aproximadamente 400 km de extensão, iniciadas em 2002, representam o suposto bloqueio de terroristas da Cisjordânia em direção às cidades Israelenses.
Fonte: Disponível em: http://normanfinkelstein.com/img/photos/Banksy_aug_05_38329a.jpg. Acesso em dez. 2010.
Vídeo da execução: