quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Minha Tese: Estratégias de flexibilidade na arquitetura residencial multifamiliar


Agora que já tenho o link permanente para a minha tese de doutorado, aproveito o blog para fazer a divulgação dos resultados. A pesquisa pretende contribuir com a difusão de um novo instrumental de projeto   voltado para a arquitetura residencial coletiva, com vistas à qualidade e à satisfação do usuário nos edifícios de habitação coletiva. A flexibilidade foi o conceito dissecado conforme um diversificado instrumental, que serve tanto para novos projetos, como para a requalificação de edifícios preexistentes. Os princípios de cada instrumento partem de um amplo levantamento de projetos e obras, cujas inovações evidenciam parâmetros que estimulam novas maneiras de uso da habitação e concepção do espaço doméstico conforme os conceitos de flexibilidade programada ou evolutiva. Os tipos de Flexibilidade propostos - ampliação; refuncionalização; flexibilidade organizacional; cômodo autônomo; adaptabilidade; associação; modulação; fachadas flexíveis - atuam, tanto na transformação do espaço interno da unidade, como extravasam a esfera de domínio privado para interferir de maneira axiomática, na paisagem urbana, ao modificar a configuração exterior da obra e estimular a capacidade de recomposição do próprio entorno. As estratégias supramencionadas traduzem-se em procedimentos para projetos de habitações flexíveis em arquitetura residencial multifamiliar, constituindo-se como o produto mais relevante de toda a pesquisa.

Link para o conteúdo da Tese na íntegra:


Resumo

A arquitetura residencial coletiva, representada pelos edifícios multifamiliares voltados para as massas que habitam as áreas urbanas, é o maior protagonista da arquitetura cotidiana, desde o início do século XX, período que desenvolveu, propagou e consolidou o repertório formal, normativo e estético dessa célebre tipologia. As motivações que impulsionaram o desenvolvimento dessa nova forma de moradia coincidiram com uma enorme carência social e com a emergência por alojamentos, fato que assolou grande parte da população migrante que chegava às cidades, somadas às consequências das Grandes Guerras na Europa. A esses indivíduos, desorientados, restaram absorver as imposições da habitação coletiva - rígida, padronizada e uniforme – oferecida, muitas vezes, sob a égide do estado socialista, preocupado prioritariamente com aspectos quantitativos, dimensionais e higiênicos. Essa conjuntura moderna é escrutinada ao início do trabalho, bem como o papel da escola Vkutemas e do taylorismo como agentes de transformação da arte, da cultura e da sociedade do século XX.

Apesar das incontestáveis contribuições à racionalização e à ciência da edificação, após um século, acredita-se que as mesmas regras, essencialmente modernas e universalizantes, ainda dominem a produção imobiliária atual: repetição idêntica de apartamentos tipo, preceitos funcionalistas, exigências mínimas relativas à habitabilidade, normas dimensionais padronizadas. Esses critérios, álibis perfeitos para uma arquitetura direcionada a usuários desconhecidos, disseminam, ainda hoje, modelos de caráter universal, reforçados por estratégias mercadológicas que homogeneízam o comportamento e pouco favorecem o uso diversificado do espaço da habitação, condição indispensável ao sujeito contemporâneo, ao estilo de vida plural das novas estruturas familiares, às rápidas transformações sociais, tecnológicas e culturais do mundo contemporâneo.

Com o propósito de devolver ao morador tipificado um espaço doméstico de manifestação espontânea, imprevisível e natural, adequado às novas formas de vida, o trabalho investiga, ao longo do século XX, mecanismos de flexibilidade arquitetônica capazes de promover a adaptabilidade, a transformação e a particularização do espaço residencial, preceitos indispensáveis à satisfação do usuário e às diferentes necessidades ao longo do seu ciclo familiar. A sistematização de um amplo instrumental de flexibilidade é o produto primordial deste trabalho, capaz de nortear a concepção de novo projetos e a adequação de estruturas preexistentes, no intuito de promover, a partir da modificação de usos e da redefinição programática, novas respostas para o bem-estar físico e emocional dos usuários.

Estratégias de flexibilidade identificadas
Estratégias de Ampliação
Fachadas flexíveis
Estratégias de associação de unidades residenciais ou compartimentos

terça-feira, 8 de maio de 2012

Casa da Música - Uma nova melodia para o Porto

O projeto da Casa da Música para a Cidade de Porto, em Portugal, é uma obra de 2005, do holandês Rem Koolhaas (OMA-Office for Metropolitan Architecture), premiada pelo Royal Institute of British Architects (RIBA), por sua excelência funcional, ou seja, pela qualidade acústica, pela ousadia e transcendência formal contemporânea e pelo papel cultural, que restitui à cidade do Porto um lugar na cena urbana e no panorama europeu. O projeto, complementarmente, desempenha um papel social agregador e democratiza o acesso da população ao interior da Instituição, pois dispõe de espaços públicos visitáveis que independem dos auditórios principais para funcionarem. Como habitual em outros edifícios do Holandês, o promenade perimetral ao longo do edifício permite ao usuário desfrutar de visuais singulares e de um exclusivo terraço que coroa a cidade.
A Cada da Música e o diálogo com o espaço público
Acesso principal
Inserção no tecido tradicional de Porto
Rasgos no volume hermético
Interior da lanchonete
O deconstrutivismo ainda persiste?!
O deconstrutivismo persiste mesmo!
O revestimento e a sensação dos planos inclinados.
Circulação nada convencional.
Detalhes
Domínio público.
Descortinando o Porto
A tradição portuguesa reintroduzida.